sexta-feira, 30 de setembro de 2011

Jesus Escutava Antes de Julgar

Eu nada posso fazer de mim mesmo; na forma por que ouço, julgo. O meu juízo é justo, porque não procuro a minha própria vontade, e sim a daquele que me enviou” (João 5.30).
Há um básico conhecimento entre as pessoas de que a Bíblia proibiria qualquer tipo de julgamento. Nesta compreensão popular, a Bíblia estaria proibindo o ato de julgar quando diz: “Não julgueis, para que não sejais julgados” (Mt 7.1).
Mas o que diz realmente este texto bíblico? Uma maneira correta de extrair de um texto bíblico o seu conteúdo real é buscar sempre interpretar-lo e compreender-lo à luz do seu próprio contexto e do conteúdo de outros textos bíblicos paralelos. Vejamos outros textos bíblicos sobre este assunto.
Salmo 9.8:Ele mesmo julga o mundo com justiça; administra os povos com retidão.” Aqui a idéia que prevalece é que Deus quando julga sempre se atém ao que é correto, ao que é justo.
João 7.24:Não julgueis segundo a aparência, e sim pela reta justiça.” Aqui a idéia que prevalece é que os sinais exteriores não devem influenciar o nosso julgamento. Não devemos permitir que o fato de uma pessoa estar bem vestida ou possuir uma bela aparência nos leve a previamente fazer um julgamento de absolvição. Por outro lado, o fato de alguém estar trajado de forma desleixada ou não ser uma pessoa bonita não nos leve a previamente fazer um julgamento de condenação.
Salmo 109.31: “... Ele se põe à direita do pobre, para o livrar dos que lhe julgam a alma.” Aqui a idéia que prevalece é não julgar as questões relacionadas a sentimentos, que pertencem ao mundo particular de uma pessoa. Isto significa dizer que não compreendemos o porquê de uma pessoa tomar esta ou aquela decisão, por isso não podemos julgar a sua alma. Somente Deus conhece as verdadeiras intenções e os verdadeiros propósitos da pessoa em julgamento.
Romanos 2.1:Portanto, és indesculpável, ó homem, quando julgas, quem quer que sejas; porque, no que julgas a outro, a ti mesmo te condenas; pois praticas as próprias coisas que condenas.” Aqui a idéia que prevalece é a advertência para que uma pessoa não emita um julgamento em assuntos que ela própria é passível de julgamento.
1 Coríntios 6.3:Não sabeis que havemos de julgar os próprios anjos? Quanto mais as coisas desta vida!” Aqui a idéia que prevalece é que somos chamados e desafiados a proceder um julgamento diário diante das nossas escolhas, decisões, atitudes, etc. Isto é uma atividade para nos aperfeiçoar.
Colossenses 2.16,17:Ninguém, pois, vos julgue por causa de comida e bebida, ou dia de festa, ou lua nova, ou sábados, porque tudo isso tem sido sombra das coisas que haviam de vir; porém o corpo é de Cristo.” Aqui a idéia que prevalece é que coisas subjetivas em seu valor objetivo não devem ser coisas que ocupem lugar importante em nossos julgamentos, porque, como argumenta o apóstolo Paulo, são coisas temporárias, passageiras em seu significado, sendo apenas sombra de coisas mais concretas com as quais nos relacionamos mais diretamente com Deus.
1 Coríntios 14.29:Tratando-se de profetas, falem apenas dois ou três, e os outros julguem”. Aqui a idéia que prevalece é escutar o que os profetas estão falando e comparar com o que já se conhece sobre o tema abordado, conferindo a palavra profética com a palavra já revelada nas Escrituras Sagradas. Neste contexto, o julgar traz o significado de estudar, avaliar para receber ou para rejeitar a palavra dos profetas.
1 Tessalonicenses 5.21,22:Julgai todas as coisas, retende o que é bom; abstende-vos de toda forma de mal.” Aqui a idéia que prevalece é um julgar para rejeitar. Para reter o que é bom é preciso rejeitar o que é ruim. Para se abster daquilo que tem forma de mal é preciso analisar e conhecer que elas realmente não fazem bem. Isto é julgar para poder rejeitar.
                                                                                                                                 
Há aproximadamente 50 versículos na Bíblia que abordam este tema e eles trazem o significado de: (1) julgar, determinando uma punição; (2) julgar, no sentido de avaliar, sondar, investigar; (3) julgar, no sentido de tomar a decisão de rejeitar.
     O resultado do julgamento a ser feito agradará a Deus?  O julgamento a ser realizado será o melhor que poderá ser feito em relação ao caso? Com o passar dos anos aprendemos que não conseguimos responder bem a segunda pergunta sem antes procurar responder bem a primeira pergunta. Jesus, nosso mestre por excelência disse: “Não procuro agradar a mim, mas aquele que me enviou!” Quanto mais nós nos aproximamos da proposta de viver para honrar e engrandecer a Deus, mais nós compreenderemos o significado e o impacto que nossas vidas precisariam ter ao elaborar e proceder um julgamento justo.
Os seguintes passos são recomendados para evitar um julgar injusto e que não está de acordo com a proposta de Deus: (1) Ouvir com atenção; (2) Inteirar-se ao máximo na questão a ser julgada; (3)  Nunca julgar as questões pertinentes a alma; e (4) Antes de julgar o procedimento de alguém, julgar primeiro a si próprio na mesma questão.
Ao procedermos assim, tenhamos confiança que o Senhor proverá o que nós precisamos e que o Senhor nos capacitará a fazer o que Ele quer que façamos. 

Então, lhes falou Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que o Filho nada pode fazer de si mesmo, senão somente aquilo que vir fazer o Pai; porque tudo o que este fizer, o Filho também semelhantemente o faz” (Jo 5.19).

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